Pamplona o artista
O conexão Guarulhos conversou com Matheus Pamplona e descobriu mais sobre sua trajetória artística

— Foto: divulgação
C.G: Como foi o seu início na arte?
M.P: Meu primeiro curso de teatro foi no Adamastor, no centro. Minha mãe tinha ido fazer a inscrição para cursar Libras e, ao descobrir que também havia aulas de teatro e sabendo do meu interesse fez minha matrícula. Mais tarde, busquei uma profissionalização em São Paulo, em um curso técnico que me abriu muitas portas e me apresentou pessoas importantes, que me ajudaram a trilhar esse caminho.
C.G: Como roteirista você já escreveu e dirigiu alguns trabalhos. Qual deles você mais gosta e por quê?
M.P: Depois de atuar, escrever é uma das atividades que mais gosto de fazer. Escolher apenas um trabalho favorito é difícil, mas acredito que tenho um grande apreço pelo meu último projeto financiado pelas leis de incentivo à cultura de Guarulhos: a encenação “Quando Estamira me Chamou”, da qual assinei a dramaturgia e a direção. Foi um espetáculo de teatro documentário realizado em praças da cidade, destacando a força das culturas afro-brasileiras e exaltando as religiões de matrizes africanas. Além de confrontar diversos preconceitos, fazer teatro na rua tem uma energia única, muitas pessoas que assistem nem sempre foram até ali para isso, e justamente por isso o teatro as alcança de maneira inesperada e poderosa.

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C.G: Na sua carreira de ator, qual projeto mais trouxe satisfação e notoriedade?
M.P: Acredito que cada trabalho tem sua particularidade e alimenta a minha satisfação, porque me dedico igualmente a todos. Estar em cena é o que mais amo fazer. Porém, o espetáculo “Cavalo Bravo – Não Se Amansa”, da Cia. O Teatro Documentário, com direção do incrível Marcelo Soler, atingiu um lugar que eu não esperava. Interpretei Mineirinho, figura que, em 1960, era considerado pela polícia um grande criminoso, mas visto pela comunidade como um tipo de Robin Hood. Ele foi brutalmente assassinado com 13 tiros, e Clarice Lispector escreveu sobre o caso, dizendo: “Uma bala só bastava; o resto era vontade de matar” , texto que inspirou a peça. Também é um teatro de rua, encenado numa encruzilhada no Bixiga. Inclusive, estamos concorrendo ao Prêmio Shell por esse trabalho, que me permitiu enxergar o teatro de formas muito diferentes.
C.G: Quais são seus planos para o próximo ano?
M.P: Tenho alguns projetos já em andamento. Um deles, também com a Cia. Teatro Documentário, é o espetáculo “Paxiúba, a árvore que anda – um documentário para crianças e adultos”, que estreia ainda este ano. Também apresento o trabalho com meus alunos no projeto Pretos em Conexão, no qual ministrei aulas ao longo do ano focadas no Teatro do Oprimido; juntos, apresentaremos a peça “O Grito em Cena” ambas serão apresentadas no dia 06/12/2025.
Além disso, estou buscando financiamento para novos projetos tanto no teatro quanto no cinema e pretendo me dedicar aos estudos de canto e música de maneira profissional.
C.G: Se você pudesse dar uma dica para quem deseja começar a atuar e iniciar uma carreira, o que diria?
M.P: Diria que o primeiro passo é desconstruir a ideia de glamour. Há um lado muito difícil nesse caminho, que muitas vezes não é visto por quem observa de fora. Mas se você realmente sentir que não consegue viver sem isso, então a dica é: dedique-se, estude, aproveite todas as oportunidades de aprendizado e acolha a ajuda de quem veio antes. Aprendemos muito com o conhecimento do outro e, graças a Deus e aos deuses do teatro, tenho amigos artistas incríveis que sempre me apoiam nas minhas ideias.
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