Vereador denuncia racismo e assédio em escola de Cumbica e acusa colega da Câmara de tentar interferir na investigação
Durante a 35ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Guarulhos, vereador Welington Bezerra (PRTB) fez acusações graves envolvendo um professor da rede pública e um parlamentar da própria Casa.
O plenário da Câmara Municipal de Guarulhos foi palco, nesta quarta-feira (18), de uma denúncia que chocou a cidade. O vereador Welington Bezerra (PRTB) relatou, em discurso durante a 35ª Sessão Ordinária, um episódio de racismo e assédio sexual ocorrido em uma escola da região de Cumbica. Segundo o parlamentar, um professor teria praticado atos de violência e humilhação contra um aluno negro de 12 anos.

Vereador Welliton Bezerra durante a 18ª Sessão Ordinária e 12ª Extraordinária 09/04/2025 — Foto: Reprodução/Câmara Municiapal de Guarulhos
Ontem estivemos em Cumbica, porque um professor tirou o cinto ameaçando bater em um aluno, jogou um menino preto de 12 anos dentro de uma lata de lixo, apagou a luz e pediu aos colegas para ver se conseguiam enxergá-lo, rindo da situação, afirmou o vereador durante seu pronunciamento no plenário.
O caso, que já foi registrado na Polícia Civil, contou com o apoio do vereador Delegado Mesquita (Republicanos), que acompanhou a família na formalização da denúncia. Bezerra fez questão de destacar que a direção da escola acolheu prontamente os responsáveis pelo aluno e está colaborando com as investigações.
Porém, o ponto mais grave de seu discurso foi a acusação direta de que um vereador da própria Câmara Municipal teria procurado a Polícia Civil para tentar intervir no andamento da investigação, supostamente para proteger o professor acusado.
Quero dizer a você, nobre colega, olho no olho: se você está passando pano para pedófilo, não fale mais comigo. O investigador nos informou que o professor estava de pênis ereto dentro da escola, se insinuando para as meninas. Se isso é verdade, não tem conversa. O bicho vai pegar pra qualquer um aqui nesta Casa. Sem dó, sem piedade, disparou Bezerra, visivelmente indignado.
O parlamentar também relembrou que essa não é a primeira vez que sofre pressão dentro da Câmara por se posicionar em casos sensíveis. Segundo ele, na legislatura passada, quando denunciou um pastor evangélico acusado de abusar de adolescentes em Guarulhos, um colega tentou convencê-lo a não citar o nome da igreja nem do religioso envolvido.
Meu compromisso é com a justiça. Não importa se é pastor, professor ou político. Se cometeu crime contra criança, não vai ter passada de pano comigo. Vamos até as últimas instâncias da Justiça [...] Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. E eu vou para cima, Bezerra encerrou sua fala, citando um trecho bíblico.
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