Polícia Civil cria força tarefa para investigar morte de delator do PCC no Aeroporto de Guarulhos
Polícia Federal também investiga o caso de forma independente
Antônio Boaventura
@antonio.boaventura
A Polícia Civil criou uma força tarefa em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE) para investigar a morte de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38 anos, delator de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídio em plena, luz do dia na última sexta-feira (08), na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).
vinicius gritzbach — (crédito: Reprodução)
De acordo com informações obtidas pela reportagem, foram disparados pelo menos 30 tiros contra o delator, que chegava de viagem da cidade de Maceió (AL).
Depois de receber diversas ameaças de morte, ele optou por contratar seguranças particulares, que seriam policiais militares.
Dos quatros designados para fazer a segurança naquele dia, apenas um se dirigiu ao local de desembarque, porém, ao chegar, Antônio já estava morto. Os outros três ficaram junto ao veículo, que segundo os mesmos apresentou falhas mecânicas. Todos estão sendo investigados pela corregedoria da Polícia.
Gritzbach atuava em parceria com a facção criminosa em vários ramos de atividade econômica com o propósito de lavar o dinheiro dos criminosos.
Essa operação era realizada por ele no ramo imobiliário e também na aquisição e ou investimento em criptomoedas.
“Demonstra claramente que o que a Itália viveu nos anos 1990 e 2000, estamos vivendo no Brasil hoje. Embora ele tenha sido vítima, todos nós lamentamos esse assassinato bárbaro, porém, ele estava ligado ao PCC há mais de 10 anos. Ele era um arquivo vivo”, disse Lincoln Gakiya, promotor de Justiça.
Aliás, foi Gakiya que aceitou o acordo de delação premiada de Gritzbach, já que o magistrado entendia que o mesmo era integrante de alta importância na movimentação financeira da facção criminosa e de seus integrantes. Ele era acusado de desviar cerca de R$ 100 milhões dos criminosos.