Reintegração de área que pertence à concessionário do Aeroporto de Guarulhos atinge cerca de 70 famílias
Ocupação de perímetro próximo do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) aconteceu em meados de 2001
Antônio Boaventura
@antonio.boaventura
Cerca de 70 famílias, que moravam na comunidade Malvinas, localizada a pouco mais de 3 quilômetros do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), foram atingidas pela decisão judicial de reintegração de posse em favor da GRU Airport, concessionária responsável pelo equipamento de transporte aéreo.
Medida judicial em favor do GRU Airport atingiu cerca de 70 famílias na comunidade Malvinas — Crédito: Reprodução
Naquele local, que ganhou grandes proporções no começo dos anos 1990, estava previsto, segundo o Governo Federal, proprietário do local até o ano de 2020, a construção da terceira pista do aeroporto. Contudo, ao longo do processo, no ano de 2010, estudos apontaram a inviabilidade da continuidade do projeto, porém, a área se manteve na condição de interesse da União e consequentemente de possível desapropriação.
De acordo com informações obtidas pelo Conexão Guarulhos, moradores daquela área ocupada foram notificados e informados da decisão e que teriam de deixar o local há pouco mais de 15 dias. Inconformados com a determinação, muitos deles construíram barricadas ao longo da avenida Jamil João Zarif, que liga os bairros do Jardim São João e Taboão, para impedir o cumprimento da ordem judicial.
“Nós estamos ajudando os moradores a retirarem as coisas deles às pressas. Estamos preocupados por que faltam menos de 30 dias para o Natal. Eles não tiveram suporte nenhum da Prefeitura para terem acesso aos benefícios”, declarou Ricardo Vicente, líder comunitário.
Segundo as alegações que constam no processo apontam possíveis riscos aos moradores em função das atividades executadas no aeroporto. Naquele local, que conta com infraestrutura urbana como acesso à energia elétrica, água, esgoto e vias asfaltadas, moram quase 1000 famílias.
“Eu não sei para onde vou e não tenho dinheiro para o aluguel. Eu fiz essa casa no sufoco e todo dinheiro que eu tinha empreguei aqui. Isso é muito triste”, concluiu a diarista Maria de Oliveira, que morava no bairro há apenas 1 ano.
A GRU Airport afirmou, ao portal G1, que está prestando assistência aos moradores em relação a guarda dos pertences, mas que a responsabilidade de cadastrar os mesmos para os devidos benefícios é da Prefeitura de Guarulhos (SP).
Já a Administração Pública guarulhense ressaltou, ao mesmo veículo de comunicação, que não tem responsabilidade alguma sobre a reintegração de posse, mas que trabalha em conjunto com o Governo Federal e Ministério Público para auxiliar as famílias afetadas.