Redação

O futebol brasileiro deu um recado claro ao mundo na atual edição do Mundial de Clubes. Botafogo, Flamengo e Fluminense superaram gigantes europeus e asiáticos, quebrando um ciclo de mais de uma década de domínio europeu no torneio. Se o que antes parecia impossível aconteceu nos Estados Unidos, com brasileiros vencendo Chelsea e PSG, surge uma pergunta inevitável: por que os clubes de Guarulhos não podem, também, mirar no topo?

— Foto: Reprodução/Internet

No dia 19 de junho, o Botafogo derrotou o Paris Saint-Germain por 1 a 0, em Pasadena, com gol de Igor Jesus, chocando o mundo. No dia seguinte, o Flamengo atropelou o Chelsea por 3 a 1, em Philadelphia, em uma atuação histórica que virou referência internacional. E no dia 21, o Fluminense venceu o Ulsan HD, da Coreia do Sul, por 4 a 2, consolidando a campanha dos brasileiros na liderança de seus grupos.

São vitórias que reverberam não apenas no futebol profissional, mas também como lição de superação, resiliência e organização. Afinal, por muitos anos o discurso dominante era de que os europeus estavam em outro patamar, inalcançável. E não estavam.

E Guarulhos, onde se encaixa nessa história?

Se transferirmos essa reflexão para o futebol local, a analogia é direta.Guarulhos é a segunda maior cidade de São Paulo, com mais de 1,3 milhão de habitantes, economia forte e potencial gigantesco — mas seus clubes ainda lutam nas divisões de base do Campeonato Paulista.

AD Guarulhos e Flamengo de Guarulhoscarregam tradição, história e uma torcida apaixonada, mas seguem fora da elite do futebol paulista. Os desafios são claros: falta de estrutura, pouca visibilidade, dificuldades financeiras e ausência de um projeto consistente que envolva não apenas os clubes, mas também o empresariado local e o poder público.

Se os clubes brasileiros mostraram que é possível romper a lógica da desigualdade esportiva no cenário mundial, Guarulhos também pode — e deve — acreditar no seu próprio potencial.

O futebol sempre foi mais do que apenas esporte. É representação social, econômica e cultural. E se há algo que as vitórias de Botafogo, Flamengo e Fluminense deixaram como legado, é que ninguém está condenado a ficar de fora da elite. Com planejamento, gestão profissionaal, fortalecimento da base e apoio da cidade, Guarulhos pode, sim, almejar algo maior.

O que falta não é talento — este sobra nos campos de várzea, nas quadras e nas escolinhas espalhadas pelos bairros guarulhenses.Se o futebol brasileiro venceu os gigantes do mundo, Guarulhos pode — e deve — sonhar em vencer os gigantes de São Paulo.