Fernanda Carvalho

O Conexão Guarulhos bateu um papo com Andreza Queiroz e Marcos Campos, que são alguns dos produtores do projeto Cine Bento, que acontece no Teatro Padre Bento, às terças-feiras. Nesse mês o projeto conta com duas datas de exibição: 14 e 21 de outubro às 20h.

O Cine Bento exibe filmes nos dias 14 e 21 de Outubro. — Imagem: divulgação Cine Bento

C.G: O Cine Bento tem a preocupação de trazer uma roda de conversa. Você acredita que essas trocas com artistas ajudam no crescimento do projeto? Por quê?

A.Q: Com certeza. As rodas de conversa são momentos muito valiosos, porque é quando o público e os artistas realmente se conectam. Essas trocas geram reflexões, fortalecem o vínculo com o projeto e inspiram novas ideias. É esse diálogo que faz o Cine Bento crescer, renovar e continuar relevante para quem participa.

— Imagem: divulgação

C.G: Observando o crescimento do Cine Bento, o que podemos esperar do próximo ano do projeto?

A.Q: O Cine Bento vem se consolidando a cada edição, e a expectativa é seguir ampliando o alcance e a diversidade das produções exibidas. Para o próximo ano, queremos fortalecer ainda mais as parcerias, valorizar artistas locais e criar novas formas de envolver a comunidade, mantendo sempre esse espírito de encontro, cultura e troca de experiências.

Andreza Queiroz Potenza — Foto: arquivo Pessoal

Andreza Queiroz Potenza é funcionária pública com experiência de cinco anos na área cultural, tendo atuado com propriedade em diversas linguagens artísticas. Amante da arte, acredita no poder transformador da cultura como ferramenta de diálogo e pertencimento.

O projeto Cine Bento surgiu com a chegada de um projetor no Teatro Padre Bento, os funcionários Alex Barnabé, Fernanda Carvalho e Marcos Campos, ficaram pensando o que seria possível fazer com o material e assim surge em 2023 a ideia do projeto que só tomou forma no ano de 2025 com a chegada de Marcelo Mendonça a direção do Conservatório Municipal de Guarulhos, Mendonça incluiu o projeto no departamento de formação cultural.

Para Marcos Campos além de formação cultural o projeto tem uma importância histórica e ele explica para nossa reportagem.

C.G: Qual a importância desse projeto para a cidade?

M.C: Acho que a importância do projeto é salvaguardar a produção de coletivos da cidade, com a idéia de um lugar para exibir, mas também mandar para o arquivo histórico esses filmes que vão ficar guardados com maior cuidado, podendo ser usados como um documento mesmo, contando história daqui para frente.

Marcos Campos — Foto: arquivo Pessoal

Marcos Campos é artista visual, cineasta e fotógrafo, com quase duas décadas de

trajetória dedicada à imagem e ao audiovisual. Um dos fundadores do Coletivo de Cinema Periférico Companhia Bueiro Aberto, tem participação destacada em diversas produções como diretor de fotografia, produtor, editor, roteirista e diretor. Sua pesquisa e prática artística estão profundamente ligadas às narrativas periféricas, à memória coletiva e às possibilidades poéticas da imagem.

Serão exibidos os filmes Palavras Desse Chão e, em seguida, Nhandecy - Mãe Terra. No dia 21, também às 20h, será a vez dos filmes Cantoria Urbana e Para Miguel, com Amor.

Conheça as produções:

A produção Palavras Desse Chão aborda a literatura na cidade de Guarulhos em seus caminhos de militância e resistência dos anos 70 até hoje. Tal como a flor de Drummond que brota furando o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio, essa literatura se levanta, existe e resiste. Essa é uma história contada por quem faz literatura e dela se alimenta.

Nhandecy - Mãe Terra mostra os indígenas aldeados na cidade de Guarulhos e seus parentes que vivem em contexto urbano relatam suas vivências e dificuldades, compartilham conhecimento e sonhos. O documentário dá vez e voz a um povo que sofre discriminação e preconceitos, com a finalidade de romper essas barreiras de forma reflexiva e elucidativa.

— Imagem: divulgação

Percorrendo os bairros de Guarulhos, o filme Cantoria Urbana colheu depoimentos e experiências de pessoas que, mesmo longe da sua terra de origem, mantém forte a raiz rural. “Como pode uma cultura sobreviver mesmo longe do seu habitat natural?” Essa é a pergunta que a produção busca responder, apresentando a experiência do cordelista Mário Cabral, guarulhense amante da cultura nordestina e da cultura caipira.

Finalizando as exibições de outubro, o filme Para Miguel, com Amor É sobre as histórias que se escondem por trás da dedicatória de um livro sob o olhar de Bernardo que, perdido na própria rotina, encontra um livro que vai mudar sua vida.

Serviço:

Cine Bento - Teatro Padre Bento

Rua Francisco Foot, 3 – Jardim Tranquilidade

14 de outubro | 20h

- Palavras desse chão

- Nhandecy - Mãe Terra

21 de outubro | 20h

- Cantoria Urbana

- Para Miguel, com Amor

Classificação indicativa: Livre