Redação

Segundo relato do vereador e delegado Gustavo Mesquita (Republicanos), uma operação de fiscalização realizada no mês de janeiro deste ano revelou a atuação de um aterro clandestino na divisa entre Guarulhos e São Paulo.

Vereador Delegado Mesquita durante fiscalização — Foto: Divulgação

De acordo com ele, no local foi constatado o despejo constante de entulho, terra e resíduos diversos, em uma área estimada em 15 mil metros quadrados. Ainda segundo o vereador, o responsável pelo terreno apresentou um alvará de terraplanagem emitido pela Prefeitura em agosto de 2023, que autorizava a movimentação de até 11 mil metros cúbicos de terra.

Porém, conforme afirma Mesquita, além da falta de licenças ambientais da CETESB e de outros órgãos competentes, o volume de material já despejado no local superaria em muito o limite permitido, com movimentação contínua há mais de um ano, segundo sua apuração.

O que estamos vendo é um sistema que prejudica diretamente a cidade. Quem paga é a população, que convive com os impactos ambientais, enquanto alguns seguem lucrando muito com essas práticas, afirmou o vereador em sua manifestação.

O vereador também relata que, após o flagrante, apresentou um pedido de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara para investigar a situação.

De acordo com ele, apesar de reunir inicialmente 10 assinaturas, o pedido não avançou por falta de uma única assinatura. Mesquita também afirma que, na sequência, foi surpreendido com uma nova proposta de CEI, apresentada por outro grupo de vereadores, que segundo suas palavras, “descaracteriza o foco original e tem como objetivo impedir que ele presida a investigação.”

Nosso compromisso é com a verdade e com a cidade. Seguimos firmes na cobrança e na fiscalização, porque Guarulhos não pode continuar sendo refém desse tipo de situação, ressalta Mesquita.

Em sua avaliação, esse episódio reflete exatamente o que se observou na tumultuada sessão da última segunda-feira (16/06/2025), marcada por discussões acaloradas, acusações, gritaria e até quase agressões entre vereadores.

Segundo ele, esse tipo de resistência política à fiscalização não é novidade e faz parte de um padrão, onde setores que publicamente parecem adversários, na prática, se unem quando o tema envolve fiscalizações que possam incomodar determinados interesses.

É o que eu chamo de teatro das tesouras. Divergem no discurso, mas se unem quando é para travar investigações. Quem perde é a cidade, afirmou o vereador durante a sessão.