Fernanda Carvalho

Personagem do filme Aeroponto do Tico Barreto. — Foto: Daniela Alejarra.

C.G: Como foi o início da sua carreira?

A.R: Iniciei minha carreira aos 14 anos numa escola estadual de São Paulo a convite da professora de português que deu 1 ponto na média final do último bimestre, logo depois fui assistir a peça "O Mistério de Irma Vap" fiquei tão fascinado no que assisti que sai do teatro sabendo o que queria fazer de profissão. Me formei ator no "Teatro Escola Macunaíma", posteriormente fiz educação artística com habilitação em artes cênicas na FAMOSP.

Em 1998, a convite da amiga Daniela Dezan comecei a fazer parte do "Projeto Doutores do Riso", trabalho de palhaço em hospitais, integrando esse grupo até 2011 e logo após continuei com esse trabalho com meu grupo a "Cia Lunáticos" até 2020 onde a pandemia nos fez ressignificar nossas práticas. Tenho 38 anos de carreira com mais de 40 espetáculos teatrais em diferentes funções como ator, diretor, dramaturgo e produtor.

Em 2020 início os meus estudos no cinema com Tico Barreto e já são 5 longas protagonizando 3 deles.

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C.G: No cinema qual trabalho você mais gosta e por quê?

A.R: O primeiro filme que fiz foi o "Full House" do diretor Gil Souza Santos, nesse filme fiz o protagonista Albert um perito em computador que usa vários figurinos durante o filme, seu objetivo é vingar os 9 de Paraisópolis, este filme estreou no Festival de Veneza - Itália, com Vários prêmios em festivais pelo mundo e com estreia prevista no Brasil em 2026.

O segundo filme foi a comédia "Vagabundos Enrascados" com direção de Bárbara Mascarenhas, nesse filme faço o protagonista Fuinha, um personagem que quer se dar bem na vida com golpes onde oportunizou trazer toda a minha experiência do palhaço, sem estreia prevista. O terceiro filme foi uma participação no filme "Aeroponto" de Tico Barreto, nesse filme faço o carcereiro Peçonha. O quarto filme foi uma pequena participação no filme "Entre Abismos" de Miguel Rodrigues, no qual faço um policial.

O último filme foi o suspense/terror "O que mora ao lado" , filme dirigido por Bárbara Mascarenhas e James Salinas, nesse filme fiz o protagonista Vanderlei, um personagem enigmático que vai se revelando no decorrer do filme. Nesse último filme eu consegui imprimir a maturidade de um ator de cinema, consegui "virar a chave", pois a interpretação de teatro é bem diferente da interpretação do cinema.

C.G: Você também dá aulas, como é se dividir entre artista e educador?

A.R: É a sina do artista no Brasil, temos que ter um escape, uma Segunda fonte de renda, pois só como ator é difícil se manter. Mas lecionar é minha segunda grande paixão, gosto da troca de ensinamentos entre professores e alunos. Já fui professor de teatro e artes em várias escolas importantes como Colégio de Santa Ines, Instituto SELI para alunos surdos, no Instituto JATY para pessoas com paralisia cerebral e no ensino superior com destaque para os cursos de pós graduação de psicopedagogia da UNINOVE e de LIBRAS na UNINTER e FAQ. Além dessas duas funções também tenho um canal, junto com 4 amigos, nas plataformas digitais: YouTube, Facebook, Instagram e tik tok chamado "Espirituosos", no qual trazemos cenas do dia a dia com a visão espírita, no canal sou 1 dos roteiristas, atuo e faço direção de atores.

— Foto: divulgação do filme "O que mora ao lado".

C.G: Já tem algum projeto em mente para o próximo ano?

A.R: Tenho uma proposta de sociedade em uma produtora de cinema e para esse ano talvez ainda participe de 2 filmes. Um eu tô analisando a proposta e o outro fui editado, aguardando resposta.

C.G: Quais são seus planos para o futuro?

A.R: Tô no terceiro módulo de direção de atores para cinema pela CULT_SP_PRO, curso oferecido pelo governo do Estado com o cineasta Tico Barreto, e pretendo continuar me aprimorando em outras áreas do audiovisual, quero aprender sobre produção executiva e edição. Além de continuar contribuindo com minha primeira formação que é de ator.

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